quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uma forma de paz

"(...) farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz..."


Clarisse Lispector

Descanso semanal

Quando paro pra pensar em quanto tempo estou procrastinando algo que sempre foi vital na minha vida, na minha semana, especialmente nos meus sábados.

Lembro com saudade da tranqüilidade e serenidade que sempre envolveram meu sábados até pouco tempo atrás. De acordar de manhã cedinho, colocar minha roupa mais bonita, me arrumar com a minha mãe e os meus irmãos e irmos pra igreja ouvir sobre paz, sobre felicidade, sobre amor. Almoçar na companhia dos amigos mais próximos, dos meus avós, da minha mãe, da minha tia. Um prazer que perdurava pelo restante da semana.

Quando paro e penso há quanto tempo não sinto mais isso. Há quanto tempo morreu um pontinho de luz de esperança que tinha no meu coração de criança. Só eu sei como é difícil. Só eu sei da falta que me faz e do nó que me dá na garganta quando falo sobre isso. Só eu sei que não deixei de acreditar. Só eu sei da tristeza que me dá após longos quatro anos (que parecem semanas).

Só eu sei o que vai no meu coração. Eu e Deus.

Ser pai

“Sabe aquela hora que o seu pai fez aquela brincadeira e (...)” / “Ele não é o meu pai, é meu padrasto...”.


Uma situação às vezes constrangedora, mas cheia de significados. Acho até que por ser assim significativa, torna-se constrangedora. Afinal, o que é ser pai?

Hoje em dia muito se discute no âmbito constitucional sobre a real relação de paternidade para efeitos de decisão jurídica. Tal discussão se deve ao fato de que muitas vezes a genética não tem relação direta com a criação de um filho. Deveria, mas não tem. E nesse cenário pode surgir uma outra figura que ocupa um lugar visivelmente vazio, mas teoricamente preenchido.

São muitos os casos de pais divorciados. Tem aquele pai que se distancia, aquele que está sempre presente, e também tem aquele que de longe se faz presente. Nunca vi dificuldade em lidar com essa situação, mas sei que devo isso à minha mãe e a minha família, que sempre foram meu alicerce antes mesmo de eu perceber que precisaria de um.

Tenho sorte com a família que tenho. Com o pai que tenho, e com o padrasto que tenho. Posso dizer que tenho muita sorte com o padrasto que tenho. Apesar dos conflitos, das discussões, dos pontos de vistas diferentes, sinto dentro de mim que ganhei um pai. Um pai diferente. Um pai ligado a mim por vínculos afetivos, que vão além da genética. Um pseudo pai. Alguém que de uma hora pra outra teve que aprender a ser “pai”. Na verdade, eu não diria pai. Pai a gente ama desde o nascer. Ser padrasto, devo admitir, é mais difícil. Requer acima de tudo paciência.

Gosto de uma definição que vi certa vez em um texto: “Ser pai é aprender errando, a hora de falar e de calar”.

Por isso quando perguntam se meu padrasto é meu pai me sinto privilegiada. Sinto que mesmo que não tenha meu pai de fato todos os dias perto de mim, tenho alguém que me ama de uma forma singular, sem nenhuma obrigação paternal, mas pelo simples fato de querer o meu bem. Não é pra se sentir privilegiado?


"Ser pai é saber e calar.
Fazer e guardar.
Dizer e não insistir.
Falar e dizer.
Dosar e controlar-se".



Trecho retirado do site: http://mensagensepoemas.uol.com.br/dia-dos-pais/ser-pai-4.html

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

De frente pro espelho

Parada, de frente pro espelho, eu penso. Penso em coisas que não mais me surpreendem, mas apertam o coração. Coisas como uma promessa quebrada. Algo que por mais que você já espere que vá acontecer, quando de fato acontece te surpreende. E fere, e dói.

Uma promessa quebrada tem esse poder. De te mudar o dia, de te mudar o humor. Ainda mais uma promessa de pai. Estranho, eu não devia me surpreender.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Que seja eterno enquanto dure

Gosto do seu sorriso descontraído.
Gosto dos seus olhos bonitos.
Gosto do seu jeito indecifrável, que me confunde e me deixa frágil.
Mas que deixa você ainda mais amável.
Quem te conhece nunca te esquece.
Sabe se defender sozinha, mas quer sempre uma companhia...
Nem que seja só pra abraçar, ou ficar do seu lado.
Hora calado, hora a falar.
Gosto da sua proteção.
Dizem que sufoca.
Mas faz bem ao coração.
E por hora, já está bom.
Sei que também gosta de mim.
E que continuem assim.
E que cada vez mais forte.
Que esse amor seja eterno enquanto durar.
E que dure eternamente.

A SÍNDROME DOS VINTE E TANTOS ANOS

A chamam de 'crise do quarto de vida'. Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos. Se dá conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado (a) etc..

E cada vez desfruta mais dessa cervejinha que serve como desculpa para
conversar um pouco. As multidões já não são 'tão divertidas'. ...
E às vezes até lhe incomodam. E você estranha o bem-bom da escola, dos
grupos, de socializar com as mesmas pessoas de forma constante.

Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos,
outros não eram tão especiais depois de tudo. Você começa a perceber que
algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você
acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas que
conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são os amigos mais
importantes para você. Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e
mais dor.

Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde
lhe fazer tanto mal. Ou, talvez, à noite você se lembre e se pergunte por
que não pode conhecer alguém o suficiente interessante para querer
conhecê-lo melhor. Parece que todos que você conhece já estão namorando há
anos e alguns começam a se casar. Talvez você também, realmente, ame alguém,
mas, simplesmente, não tem certeza se está preparado (a) para se comprometer
pelo resto da vida.

Os rolês e encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar bêbado
(a) e agir como um (a) idiota começa a parecer, realmente, estúpido.. Sair
três vezes por final de semana lhe deixa esgotado(a) e significa muito
dinheiro para seu pequeno salário. Olha para o seu trabalho e, talvez, não
esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo.

Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de
baixo e isso lhe dá um pouco de medo. Dia a dia, você trata de começar a se
entender, sobre o que quer e o que não quer. Suas opiniões se tornam mais
fortes. Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco
mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida
e adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é..

Às vezes, você se sente genial e invencível, outras... Apenas com medo e
confuso (a). De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá
conta de que o passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser
continuar avançando. Você se preocupa como futuro, empréstimos, dinheiro...
E com construir uma vida para você. E enquanto ganhar à carreira seria
grandioso, você não queria estar competindo nela.
O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse
texto nos identificamos com ele.

Todos nós que temos 'vinte e tantos' e gostaríamos de voltar aos 15-16
algumas vezes. Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma
bagunça na cabeça...
Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar
de aproveitá-la por causa dos nossos medos... Dizem que esses tempos são o
cimento do nosso futuro.

Parece que foi ontem que tínhamos 16... Então, amanhã teremos 30?!?! Assim
tão rápido?!?! FAÇAMOS VALER NOSSO TEMPO, AS PESSOAS, O TRABALHO, NOSSA FAMILIA, OS AMORES...

QUE ELES NAO PASSEM!


(Autor Desconhecido)


A vida não se mede pelas vezes que você respira, mas sim por aqueles momentos que lhe deixam sem fôlego...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Não adie a sua felicidade

Domingo de eleição, muita gente fora de São Paulo aproveitando o feriado prolongado e lá estava eu digitando números de títulos de eleitor, contribuindo com a chamada "democracia", que impõe o voto como um dever e não como um direito do cidadão, mas que não vem ao caso discutir nesse texto.

Enquanto eu cumpria o meu dever surgiu uma conversa com os meus colegas que coincidiu com alguns pensamentos meus do final de semana. Antes, uma pergunta: você já se imaginou casando com uma pessoa que conheceu há apenas três meses atrás? Bom, pode ser que você já tenha até imaginado, mas chegou a noivar e começar os preparativos para o casamento?

Pois a discussão toda começou por causa de uma história assim. E o atual "noivo" resolveu tentar me convencer que somos muito inseguros e por conta disso adiamos a nossa própria felicidade para um futuro que nós mesmos não temos certeza se irá acontecer.

O que ele estava querendo me provar é que quando algo é verdadeiro não importa o tempo e sim a vontade de que aquilo realmente aconteça e seja, de fato, verdade.

Embora precipitado, percebi que a decisão dele poderia não ser tão maluca como me pareceu inicialmente. Poderia até fazer algum sentido, afinal ele tem certeza do que sente por ela e o que almeja para os dois.

Acredito que há tempo para tudo e é muito gostoso saber curtir cada fase de um relacionamento, o interesse na troca de olhares, o namoro, a descoberta um do outro, a cumplicidade. É gostoso e importante. Não tem porque antecipar nada, mas também não motivos para adiar.

Seja feliz hoje. Tenha certeza de que o que você sente é real, não duvide. Não perca nenhum momento de felicidade por desacreditar.

Viva o que sente e sinta tudo o que há de bom pra viver.





"Tão bom morrer de amor e continuar vivendo." (Mário Quintana)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Planos


"Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim"

(Legião Urbana)



Vivemos de acordo com os nossos planos. Eles nos movem, nos fazem acreditar que o amanhã será ainda melhor que o hoje através das coisas que buscamos.

Traçamos caminhos, e assim, vamos escrevendo a nossa história.

Mas por vezes, muda-se o sentido da vida quando se percebe o quanto ela é finita. Para se fazer planos é preciso acreditar. Acreditar que você estará lá no futuro que planejou e viverá esse momento. É assim que uma criança pensa. Uma criança faz muitos planos sobre passeios, presentes, brincadeiras. Basta olhar para ela e você verá em seus olhos quantas expectativas existem dentro deles.

Conforme vivemos perdemos algumas expectativas, entre elas, a própria expectativa de viver. Perdemos alguém especial e é ali, naquele momento, que seus planos terminam, que se perde o sentido de almejar o amanhã.

Percebemos que é necessário continuar vivendo, mas nos apegamos no presente, no momento. Queremos que cada instante seja inesquecível, o amanhã perde sua importância. Mas nos acostumamos com essa situação, e começamos a acreditar que vivemos muito bem dessa maneira.

Os planos, projetos e promessas que outrora você havia feito para si mesmo ficam esquecidos, totalmente guardados, trancados em um lugar desconhecido. O que importa é hoje, o agora.

Mas de repente algo faz mudar a situação. Surge na sua vida um novo motivo para acreditar. Você abre os olhos e percebe o quanto esteve perdido no tempo, e chega a hora de acordar. De perceber que a vida continua, que se entregar é uma bobagem, e que viver somente o instante é uma bobagem. Começa a fazer novos planos, a desejar novas coisas, mas para isso é preciso começar de novo.

Porque fazer planos parece algo simples para alguém que nunca deixou de fazê-los, mas para quem um dia deixou de acreditar neles leva um pouco mais de tempo.

Olhar para o futuro é tão importante quanto viver o presente. Almejar um amanhã melhor nos motiva fazer o melhor hoje.






E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem

(Legião Urbana)







O maior dos planos é viver bem, em paz com o mundo e consigo mesmo.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Compreender

"Se compreendêssemos, nunca mais poderíamos julgar." (André Malraux)


Compreender é perdoar. Não significa aceitar para si a verdade do outro, mas sim entender que ninguém é igual a ninguém.

Para compreender uma pessoa você não precisa concordar com ela em suas atitudes ou idéias. Gosto da compreensão porque envolve o não julgamento. Através dela você passa a aceitar que tudo o que fazemos é como um reflexo de como vemos e sentimos o mundo. Tudo isso como resultado das experiências que temos ao longo da vida. Por isso não faz sentido julgar alguém com experiências de vida diferentes da sua.

Amar é a máxima da arte de compreender. Podemos simplificar o amor dessa forma: o apoio incondicional, apesar dos erros e frustrações. O amor de Deus, o amor de mãe, o amor de irmão. Aquele amor que não muda. O amor exercido através da compreensão.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sucesso



"Sucesso é acordar de manhã - não importa quem você seja, onde você esteja, se é velho ou se é jovem - e sair da cama porque existem coisas importantes que você adora fazer, nas quais você acredita, e em que você é bom. Algo que é maior que você, que você quase não aguenta esperar para fazer hoje"


Whit Hobbs