quarta-feira, 22 de abril de 2009

O tipo certo

Certo dia, conversando com uma amiga, chegamos a conclusão que as nossas vidas dariam um filme, na verdade uma série, algo assim, que pudesse contar as várias histórias, risadas e decepções amorosas que tivemos. E quando fossemos falar das várias crises emocionais, então? Nossa! Com certeza, levaríamos semanas só discutindo sobre o assunto, afinal, homem é um bicho complicado! Quem consegue lidar com a inconstância que é o sexo oposto?

Existem pessoas que estão sempre namorando. Nunca estão sozinhas. Se um relacionamento não dá certo, logo engatam o próximo. Comigo nunca foi assim tão simples. Sempre precisei de mais tempo. Acontece, que sempre achei que relacionamento fosse coisa séria; e listava uma série de atributos que a outra pessoa deveria ter para, então, ter a probabilidade de dar certo. E a bandeira, que sempre defendi para as minhas amigas, dizia: “Se acredita, tenta!”. E depois pairava a pergunta no ar: até que ponto insistir? E o meu orgulho onde fica?

Ficava observando as minhas amigas. Todas lindas, bem resolvidas, confiantes... e solteiras! Muita gente diz que existem mulheres que assustam os homens e acabam os afastando. Não acredito nisso. Pra começar, homem que se sente inibido e não tem coragem para tomar alguma atitude não merece nem ser percebido. Pra que perder tempo com eles? Particularmente, dos chamados “moscas-mortas” eu estou fugindo! Simplesmente não combina com o meu estilo de vida. Provavelmente, ele vai querer transformar a minha vida numa rotina programada e previsível (programada, provavelmente, para me irritar!). Portanto, definitivamente, não é esse o tipo de homem que procuro.

Mas sempre tem aquele. O cara perfeito. Aquele que, com certeza, faria os teus dias mais coloridos. Solteiro, engraçado, simpático e muito lindo! O cara dos teus sonhos! Mas que, na realidade, vai te fazer perder várias noites de sono. Serão várias noites em claro, sendo falando com ele no telefone ou, simplesmente, esperando ele ligar. A questão é que, de repente, sem mais nem menos, você está apaixonada. E deixe-me esclarecer, não é aquela paixãozinha que em alguns meses, no máximo, você não vai nem lembrar, é aquela paixão que vai se transformando cada vez em algo mais intenso. Aquela que você vai, vive a sua vida, encontra outros caras, se envolve com eles, mas ela não passa. É desse tipo de paixão que estou falando.

É exatamente nessa hora que eu costumo erguer a minha bandeira “Se acredita, tenta”. Sabe por quê? Porque não é fácil encontrar alguém de quem você goste e com quem se empolgue. E quando isso acontece a vontade que dá é de jogar tudo pro alto e investir. Complicado.

Já conheci mulheres que fizeram isso e deu certo. Para outras não deu tão certo assim. E quando não dá, é sempre, no mínimo, frustrante. Sua auto estima vai até o mais fundo do poço, e do seu orgulho você nem se lembra mais. E ai, o que fazer? Quando a única vontade que você tem é de enforcar a maldita defensora da bandeira com os dizeres mais idiotas do mundo?

Acredito que todo mundo já deva ter passado por algo parecido, e pode acreditar, a maldita defensora da bandeira idiota também. E pior, ela continua defendendo a mesma bandeira.

Acontece que, após experimentar o terrível gosto da frustração de acreditar, tentar e dar errado, resolvi tentar fazer algo novo: listei tudo o que eu queria num homem e ver quem se enquadrava no perfil.

Acredite você se quiser, não demorou para encontrar o namorado perfeito que tinha tudo aquilo que eu mesma havia listado: inteligente, gostava de mim, tinha um emprego bacana, me levava para sair e conhecer lugares diferentes, era atencioso, me respeitava, me ligava sempre, enfim, ele reunia todos os atributos que eu havia colocado na minha lista. Perfeito! Nem pensei muito. Desiludida como eu estava, ele era simplesmente tudo o que eu precisava. Ou melhor, tudo o que aparentemente eu precisava.

Foram os meses mais "perfeitos" que eu já tive. Nada de brigas. Tudo a gente concordava. Às vezes ele tinha um pouco de ciúmes, mas se controlava e deixava passar. E assim foram três meses. Exatamente. Apenas três meses. Foi o tempo que levei para descobrir que na minha lista tinha algo errado. Eu havia listado tudo o que eu queria no outro, e esqueci dos meus próprios sentimentos. Eu me encontrava em uma situação confortável, mas faltava algo que descobri ser essencial, faltava empolgação. Foi um namoro de contos de fadas, daqueles que prometem o desejado: “e viveram felizes para sempre”. Bem, eu diria que não tão desejado para mim. Toda aquela fantasia na qual eu estava me envolvendo começou a me sufocar. Eu queria mais. Passei semanas pensando no que era melhor, amar ou ser amada? Decidi que não seria justo com ele continuar nesse faz-de-conta e resolvi acordar.

Rasguei a lista que havia feito e ergui a bandeira novamente: “se acredita, tenta”. Não há nada melhor que o friozinho que dá na barriga quando você está presa em uma montanha russa. É empolgante. Dá medo. E mesmo assim a gente quer sempre mais. Amar, estar apaixonada por alguém, não tem comparação. Nada é tão gostoso. Nada pode dar mais prazer. Por esse motivo eu continuo defendendo e defenderei quantas vezes forem necessárias: se acredita, se acha que vale a pena, tenta e vai até o fim! Por mais que a resposta não seja a esperada, o “talvez” mata.

Termino dizendo que o universo feminino é complicado sim, mas o masculino também. Como entender o homem que diz querer estar com você, mas que não quer perder os finais de semana nos bares, os jogos de futebol e as noites embriagado com os amigos? Medo? Quem colocou esse maldito medo neles? Vamos combinar uma coisa, não são só eles que não querem perder a solteirice deles, nós também não. Eu não quero deixar de sair porque estou num chamado “relacionamento sério”. E convenhamos, se todos os problemas em se relacionar com outra pessoa fossem esse, pelo menos 90% dos meus problemas estariam resolvidos!

Questionamentos em relação ao sexo oposto a parte, escrevi tudo isso para tentar provar que a teoria da bandeira ainda é a melhor opção. Acima de tudo, nunca passe por cima dos seus sentimentos, seja por rancor, por incerteza ou frustração. O que a gente sente é sempre a melhor bússola para nos indicar qual o caminho que pode dar certo. Acredite em você. Vá atrás. Chega até o final. Tenha certeza de uma coisa, quando nós lutamos pelo o que acreditamos, demonstramos força. E independente do resultado, nos tornamos mais fortes.

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